Somos

você lembra que eu disse, enquanto estava deitada na sua cama na sua antiga casa, que eu sentia que tínhamos algo incompleto? naquele momento, eu havia me dado conta disso, senti um quentinho no meu peito sem ao menos entender o porquê. eu só sabia que nós seríamos.

e hoje somos.

e ainda seremos.

você sabia que toda vez que eu te olho, eu sinto um emaranhado de coisas e sensações e sentimentos e emoções e algo-gostoso-de-sentir-demais? você me deixa leve. como se sentir não fosse um peso, como se amar não pesasse você. e eu te amo infinito todas as vezes que te olho ou todas as vezes que meus olhos estão buscando por você ou todas as vezes em que sinto saudade a 20,6 km tão extensos quanto o percorrer da sua mão no meu corpo. você me toca diferente demais e isso me assusta por ora, porque eu me torno refém de sentir a grandiosidade dos seus átomos colidindo nos meus. você me toca com as mãos de quem quer conhecer o mundo na densidade do meu ser caótico demais. eu te toco e te mostro que dá pra transpassar tanto amor sendo caótica demais. até o meu caos ama você e não há uma parte sequer de mim que não a ame. tudo aqui é muito, como pode ver e sentir. e eu também me assusto com isso, como pode alguém amar outra pessoa tão profundamente a cada dia mais? nunca terei essa resposta, mas a amarei como se tivesse ou como se nunca tivesse perguntado.

eu te amo sabendo que somos.

somos porque éramos para acontecer.

desde aquele momento em que algo incompleto acabava de começar a se completar.

e continuaremos sendo.