Um mundo ideal seria Marxista?
O mundo ideal poderia ser um lugar onde não haveria dinheiro e nem propriedades. Cada indivíduo teria o estritamente necessário para viver feliz.
Cada cidadão iria trabalhar de acordo com suas aptidões físicas e vocação. O trabalho seria portanto, a moeda de troca.
“Todo ser humano poderia desenvolver completamente todas as faculdades, as capacidades e os talentos com os quais a natureza o dotou, e convertê-los em valor social.”
Desse modo, todos teriam que trabalhar para contribuir com a oferta de produtos e serviços e ter em troca direito a ter suas necessidades satisfeitas.
Não haveria o consumismo incentivado pela propaganda e assim, haveria pouco lixo e poluição. O Homem não iria destruir a natureza na ânsia de se enriquecer. Pelo contrário, ele desenvolveria a noção que deve ser parte dela.
Os imóveis teriam o tamanho exato das necessidades de cada família. Mas não haveria casas padronizadas em tamanho e nem modelo. Elas espelhariam a personalidade e a liberdade dos moradores, dentro do princípio de plena realização individual.
Como as necessidade seriam básicas, não teríamos o intrincado sistema de administração pública que temos hoje, o Estado. Um simples sistema de Coordenação Pública centralizaria a troca de informações entre indivíduos e comunidades na busca de solução para eventuais problemas e suprimento de bens de consumo e serviços, públicos ou privados.
As comunidades teriam intensa e constante participação nas decisões sobre seus próprios destinos.
Partindo do princípio de que todos teriam suas necessidades satisfeitas, não haveria crimes e nem guerras por disputa de bens ou territórios.
O mundo descrito acima se aproxima do Modelo Anarquista e se situa distante do Modelo Socialista de Karl Marx.
Cada indivíduo tem sua própria noção de “mundo ideal”, mas para o propósito deste texto, vamos considerar apenas a ótica do Socialismo.
Pela descrição do “mundo ideal” acima, podemos fazer a seguinte pergunta:
Por quê os ideais anarquistas não tiveram tanta expressão como o Socialismo baseado na doutrina de Karl Marx?
Por quê o Marxismo, nesses 150 anos desde a publicação do livro O Capital influenciou tantas lutas, tanto no campo das palavras como lutas de fato que provocaram a morte de dezenas de milhões de seres humanos, motivou o surgimento de “subteorias”, continua provocando desagregação entre irmãos e tantos outros males, enquanto o Anarquismo ficou praticamente restrito a algumas manifestações silenciosas de alguns poucos pensadores?
Para mim a resposta é bastante clara.
O Marxismo se baseia na construção da Sociedade a partir da interferência do Estado, que deve controlar cada passo dos cidadãos. O Estado diz o que cada um pode e deve fazer e distribui as migalhas que vão mantê-lo sob “as rédeas curtas”.
O Homem não se importa com o bem estar dos homens. Seu objetivo maior é o poder e a dominação, fato que o anarquismo não permite.
Portanto, o Socialismo no modelo denominado Marxista é uma farsa. É a manifestação do cinismo e falta de humanidade tão comum nos chamados “líderes populares”.
Basta olharmos em volta que podemos ver nesses “líderes” a marca da Besta na testa. Nela está bem visível a palavra “Cruel”.