Amor: parágrafo único
O amor é fácil. Sim, é fácil dizer a palavra amor, bem como gritar ao mundo toda a suposta essência, já que não há definição, absolutamente, completa e concreta. Mas, amar é difícil. Amar é muito difícil. O amar, enquanto verbo, exige ação. Uma ação, não tão somente, o simples fazer, todavia compreender o que se transita ao redor, haja vista o quanto requer, em si mesmo, paciência. O amar faz doer muitas vezes. Amar dói na gente sem querer. Amar: beijar, sorrir, chorar, consolo, distância, apego, solitude. Amar é a fusão de n fatores efêmeros na sua complexidade, simultaneamente, fixo e infinito no sentir. Diferente no ser para cada um, mas igual no reconhecimento.
Existem pessoas que amam todos os dias, existem sujeitos que, nunca, amaram (ou é A incógnita?). Existem pessoas que já amaram, sem saber que assim fizeram-no. Existe gente que finge amar para não ser julgada ou marginalizada por nunca ter tido um amor (será mesmo questão de posse?).
O amor é assim: por vezes, nuvem, por vezes, sol. O amar é, sempre, a chuva e o calor na sua imensidão. O amor é reticências, o amar é parágrafo único de rimas, pontos finais, exclamações, interrogações. O amor independe do amar, já o amar depende da existência do amor. Não o “amor”, palavra que qualquer ser humano mais desumano possa falar, mas a alma. Esse amor eu quero cultivar e aprender, sobretudo, o que é amar. Amar será, para sempre, uma constante lição de se admitir que, ainda, não sabemos amar.