O que tem alimentado sua culpa?
Em algum momento da vida, você com certeza teve a experiência da culpa e concordará comigo que é um sentimento doloroso que envolve a autorreprovação por algo que fez.
A psicologia explica que existe na culpa um elemento socializador. Este sentimento contribui para que as pessoas repensem suas ações e possam agir de maneiras diferentes, muitas vezes aceitáveis socialmente. Meu convite é pensarmos um pouco nesse sentimento tão presente e tantas vezes prejudicial em nossa vida.
1) Por que sentimos culpa?
Esse sentimento está relacionado com a nossa própria história de vida, com quem somos, o que vivemos, o que acreditamos. Portanto, a culpa é algo muito pessoal. Pode ser que para você, determinada ação não seja reprovável, mas para outra pessoa, pode gerar um sentimento de culpa muito forte se for contra os valores, o estilo de vida e as crenças dessa pessoa. O problema é quando este sentimento causa intenso sofrimento para a pessoa, que muitas vezes carrega o peso da culpa por algo vivenciado e não sobra espaço para aprender e aproveitar as experiências do presente.
2) O que causa a sua culpa?
Como falei anteriormente, a culpa é algo muito pessoal. Cada um sente de uma maneira peculiar e por motivos muito particulares. Se você atualmente tem lutado contra esse sentimento de culpa persistente, é importante que você reflita sobre o que tem causado esse sentimento. Ela tem te impedido de aproveitar o presente e ainda assim você não sabe como parar de se sentir assim?
Você consegue pensar no que o levou a sentir essa culpa? Há algo que pode aprender com a experiência, como, por exemplo, não repetir algum comportamento? Se for este o caso, permita que o sentimento de culpa passe e aprenda com a experiência passada.
E se essa culpa não tem razão de existir, tente também pensar no que tem causado esse sentimento. É a pressão imposta por outros ou algo que parte de você, como uma cobrança excessiva ou a busca por "perfeição"?
Muitas pessoas sofrem por serem exigentes de forma sintomática consigo. Qualquer deslize é motivo de grande culpa e sofrimento. A maneira como aprenderam a se ver foi aprendida ao longo do tempo e das experiências. Se foi aprendida, essa maneira de olhar para si também pode ser modificada!
Pergunte para você mesmo o que tem causado essa culpa. Para mudar comportamentos que se repetem em sua vida, o primeiro passo é reconhecê-los. Sim! Reconhecer que esse comportamento existe e diz respeito a você.
Enquanto tentamos fingir que aquele comportamento não existe, não poderemos modificá-lo. Se você reconhece que ele é seu, aí sim será possível tentar fazer algo a respeito. Se a culpa estiver relacionada com um acontecimento específico, revise os eventos, como proposto anteriormente e veja se esse sentimento faz sentido e se compensa alimentá-lo.
E o mais importante: Se a muito tempo você tenta sem sucessos lidar com um sentimento de culpa que tem te prejudicado, não tenha vergonha em procurar ajuda. Muitas vezes, o excesso de culpa pode ter causas profundas que, com a ajuda de um psicólogo, poderão ser acessadas e trabalhadas. Se esse não for o seu caso, pode aproveitar esse texto e pensar um pouco sobre você e sua maneira se estar no mundo e de lidar consigo e com os outros.
Meus queridos, sabemos que o passado não é acessível para nós a não ser pelas lembranças que alimentamos e pela forma como escolher ver o nosso passado. Há muitas coisas que você fez e não aceita? Acontece! Se hoje você tenta agir diferente, isso é o mais importante. Só não permita que essa culpa te impeça de encontrar na vida motivos para tentar de novo e para encontrar graça e cor na vida.
Um abraço!
Para finalizar, deixo como sugestão a música "Epitáfio" (Titãs).