Crise de afectos
Ouço dizer nos meios de comunicação, que vivemos uma crise internacional... O dinheiro não abunda e são precisos sacrifícios para recuperarmos novamente o bem-estar e o poder de compra etc de cada país para vivermos sem preocupações... Sinceramente, de politica não percebo nada, e muito menos gosto, foi uma das disciplinas que eu tive, e à qual reprovei, pois não conseguia entender como era e é possível governar um país e um povo que é nosso, a mentir e a enganar a todo o momento com promessas que quase NUNCA terão concretização. A minha família não era de grandes posses. Vivíamos o dia-a-dia, e o que meus pais ganhavam tinha de ser esticado, para não faltar o pão para a boca de quatro filhas... Mas NUNCA nos faltaram os afectos demonstrados pelos meus pais, através de beijos, abraços, de palavras de incentivo para nos realizarmos, e seus ouvidos estavam sempre prontos para nos ouvirem … Nunca ficamos sem a protecção e o AMOR que eles nos tinham... Se precisássemos fosse o que fosse, eles estavam SEMPRE presentes… Éramos pobres de dinheiro, mas ricos de afectos…
Hoje vivemos a tal crise e a austeridade habita nos nossos países, e dentro de nossas casas. Sinceramente, creio é que nos dias de hoje, vivemos uma crise ainda maior e mais grave, que é o agravamento que se está a viver em relação à falta de amor e respeito pelo nosso próximo… A maior parte das pessoas que estão bem na vida, não olham para aquele que sobrevive nesta selva humana sujeitando-se a quase tudo, sofrendo na pele e na alma a falta de afectos, da mão que ajuda, da boca que pode dizer uma palavra encorajadora, de fé e de esperança, de um coração que saiba e queira amar de verdade… Fazem-se de cegos!...
Afinal, não vivemos só uma, vivemos duas crises neste momento, a económica, e a que a meu ver é bem pior, a que faz o mundo sorrir e ser colorido e feliz, a crise dos afectos verdadeiros… AMOR … Vale mais ter pouco dinheiro, do que (sobre)viver sem ser por inteiro…