ESTAR VIVO... PARA A VIDA
Sagrado itinerário de meus sonhos
D’alma a caminhar sobre pétalas e espinhos
Das flores em meu peito a que nele desabrocham
No deambular solitário em que sigo
E destarte com minha imaginação eu vou...
E com ela eu vôo
Vou até onde meus olhos não podem ir
Vôo com as asas de minh’alma... para bem longe daqui
Não penso com o meu cérebro
Oh, não!
No silêncio de minha virginal essência... não penso
Meu corpo é que pensa... com tudo o que nele toca... e sente
Na vida que o embala e perfuma
A partir de um coração que vibra com tudo o que me envolve
Ao que assim é, pois, meu viver
Uma só festa e uma alegre celebração
Contra tantos a apenas passarem nesta vida
Sem degustar de seus melhores vinhos
Não sei se por falta de tempo
Não sei se por medo
Não, não tenho medo de viver!
Se a noite é escura e tenebrosa... que seja!
Ainda que o pranto transborde em meus olhos
Do inverno a se protelar e parecer nunca chegar
Enquanto isso, conto com luminar da lua
A provar da beleza do estrelado firmamento
Em todas estradas em que nelas passo
Sempre a olhar para frente
E por que não também, às vezes, para cima?
Ah, eis que tenho minh’alma sempre viva... sempre nova
A qual não difere o real do sonhar
Em perfeita comunhão... com tudo
Infelizes daqueles que carregam em seu peito uma pedra de gelo
E que passam a vida a duvidar de seus próprios sonhos
(oh, e o que é a vida sem seus sonhos?)
Medo da morte?
De forma alguma!
Semente lançada no fértil solo da terra... eis o que sou
Condenada à morte... será?
Ou não seria à vida?
Não!
Sou semente a trazer comigo o gérmen da vida
A trilhar desconhecidos caminhos
Até o meu vital sacrifício
Em minha precisa e inevitável morte!
Morte? que morte?
A morte não existe
Sou força a qual será sorvida pelo húmus da terra
Todos nós...
O que virá... e será depois?
A vida saberá o que fazer... com todos nós