“Revolucionário”, reacionário e conservador
Revolução é definida como “uma mudança abrupta no poder político ou na organização estrutural de uma sociedade e também nos campos científico-tecnológico, econômico e comportamental humano, que ocorre em um período relativamente curto de tempo”.
Desde que Karl Marx publicou suas teorias sobre Economia, Sociedade e Política, surgiram inúmeros adeptos que se propuseram, a partir dessas teorias, conduzir uma revolução que produziria um admirável mundo novo.
Essa “mudança abrupta” que já dura 150 anos fez com que os argumentos elaborados a partir de uma sociedade extremamente desigual e injusta, porque havia uma classe soberana que era ao mesmo tempo dona do poder e do capital e que ditava as regras, se distanciasse das condições de hoje, onde existem leis que, se não asseguram uma sociedade perfeita, pelo menos abrem a possibilidade de reivindicação de direitos.
Por isso, não há nada mais reacionário do que voltar ao cenário da Alemanha do século XIX e nostalgicamente tentar trazê-lo para o presente. Nesse devaneio, o “revolucionário” se vê num mundo surreal onde os trabalhadores são vítimas de um mal feroz e onde ele não tem nenhum recurso para escapar, a não ser com a ajuda daquele amigo, o “revolucionário”, que o conduzirá para a luta contra a classe dominante que o sufoca.
Dessa forma, o “revolucionário” tenta encontrar justificativas para persistir numa doutrina que não deu certo em lugar nenhum em tempo algum.
O “revolucionário” no seu papel de “progressista”, se empenha em mudar do Capitalismo privado para a hegemonia do Capitalismo estatal, fortalecido pela ingerência total na vida dos cidadãos.
E depois de completada a mudança, revela um conservadorismo exacerbado de quem pôs a mão no osso e fará de tudo para não largar. Desse ponto em diante ele passa a proteger com toda a sua força, os indefesos trabalhadores das “investidas dos inimigos da verdade absoluta”.