A Palavra de Deus é alimento para nossa alma
Da mesma forma que o corpo precisa de alimento para manter-se forte e saudável nossa alma necessita ser nutrida pela Palavra de Deus.
A Bíblia faz inúmeras referências a esse tema.
O próprio Mestre Jesus nos ensinou que: “não só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra que procede da boca de Deus” (Mateus 4:4).
Para cada fase da vida precisamos de um tipo de alimento. Um bebê precisa de alimentos leves, macios, com pedaços pequeninos e bem fáceis de serem consumidos. Já um adulto pode deglutir refeições sólidas, duras, com pedaços maiores e em grandes quantidades, pois pode facilmente cortar/triturar com seus dentes afiados e mandíbulas fortes.
O crescimento espiritual é semelhante ao crescimento físico. O neófito, ou novo praticante na fé, precisa de alimentos fáceis de ser digeridos; e à medida que amadurece na caminhada cristã é de se esperar que sua dieta seja compatível com seu tempo de igreja. Contudo, nem sempre é assim! Infelizmente, muitos “cristãos antigos” ainda se comportam como “meninos na fé”, conforme nos relata a Epístola aos Hebreus.
“De fato, embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite, e não de alimento sólido! Quem se alimenta de leite ainda é criança, e não tem experiência no ensino da justiça. Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal (Hebreus 5:12-14).
É por isso que muitos pastores e líderes precisam constantemente ministrar pregações duras e pesadas, com exortações, repreensões e puxões de orelha, para alimentar suas velhas, porém imaturas, ovelhas.
Ontem, no culto de domingo, presenciei um momento assim. Foi uma das melhores pregações que ouvi nos últimos anos; foi um verdadeiro banquete, com alto poder calorífico, capaz de suprir todos os nutrientes e vitaminas necessárias para qualquer ovelha desnutrida.
Foi assim que fiquei inspirado para escrever esse texto.
Às vezes uma pregação é composta por alimentos sólidos, pesados e bastante nutritivos, podendo ser comparada a uma feijoada, churrasco, lasanha, chambari, buchada, farofa de carne seca etc.
Uma pregação quando é longa, repleta de conteúdos exortativos e disciplinadores pode parecer uma comida extremamente saborosa, mas difícil de ser engolida/deglutida. Às vezes o ouvinte fica com a sensação de goela seca, como se parte da comida estivesse entalada na garganta.
É aí que surge a necessidade do líquido, um suco ou água, para ajudar a comida a descer mais suave.
O ser humano é metade razão e emoção. Numa pregação existe a parte sólida que mexe com a nossa mente, na porção racional e fria do hemisfério esquerdo de nosso cérebro. E como num almoço ou jantar, são necessárias algumas pequenas pausas entre uma garfada e outra para bebermos algum líquido, tornando a refeição mais palatável.
Eu vejo o líquido numa pregação como aquele momento no qual o pregador faz uma pequena pausa, contando um testemunho engraçado ou uma passagem curiosa da Bíblia, para descontrair, fazendo a plateia sorrir, mexendo com a parte emocional no hemisfério direito de nosso cérebro, como um breve intervalo de relaxamento, prosseguindo em seguida com o alimento sólido.
Especialmente numa refeição pesada, calórica e bastante nutritiva a presença de algum líquido saboroso é essencial para dessedentar e facilitar a degustação.
Corpo e alma. Razão e emoção. Sólido e líquido. Exortação e gracejo. Reflexão e sorriso. Seriedade e descontração. São elementos dualísticos que me fizeram pensar na Palavra de Deus como um alimento espiritual, doce e agradável que nos garante crescimento saudável nesse mundo e vida eterna nos Céus.
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Palmas – TO, Abril de 2018.
Giovanni Salera Júnior
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187
Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior