Centro do universo
Desculpa
Achei que era a única no mundo
Por isto sentei no ônibus ocupando 1 lugar e meio
Registrei apenas meu instante
Como se ali estivesse sozinho
Desculpa não tirar a mochila das costas e fechar o corredor
Dificultando assim sua passagem
Ou por não ter pego seus livros enquanto você viajava em pé desequilibrada
É que só vi o meu cansaço
Do longo dia
Desculpa a voz alta na ala do hospital
Tinha tanta gente que pensei ainda ser carnaval
Às vezes me perco no meu mundo particular
Em que não existe nenhum habitante além de mim
O que alumia aqui é a poesia
O breu chega com as posições astrais
Desculpa a indelicadeza de não me importar com você