Desconstruindo Lula (II)
Lula foi o presidente brasileiro que mais abriu universidades.
Por outro lado, ele mostrou que para ser presidente ou receber títulos “honoris causa” não há necessidade de se ter diploma universitário.
Isso foi bom até certo ponto porque mostrou que não existe vinculação direta entre capacidade de administrar e intelectualidade. Podemos dizer que ele quebrou um paradigma.
Mas Lula, não sei se por ignorância ou orientação de ideólogos, mostrou desprezo pela cultura e fez da “politização”, entre aspas porque foi usada no sentido de doutrinação, a meta principal da Educação. Então o que era ruim ficou pior, porque o estudante brasileiro nunca teve gosto pelos estudos e desviando sua atenção para o pensamento extra-escola, o foco na cultura geral ficou ainda mais restrito.
É inegável a influência que Lula adquiriu na Sociedade com sua eleição para Presidente. Ele conquistou não só os pobres mas, parte dos ricos e até dos milionários brasileiros.
Na “Era Lula” ocorreu uma nova forma de encarar a pobreza.
Da mesma forma que se tornou “chique” visitar as favelas do Rio e até se hospedar em seus albergues, também foi “chique” para os ricos receber um ex-operário em suas mansões.
Imaginemos o efeito que teria tido na população se em vez de Lula dizer que tinha preguiça de ler e que nunca havia lido um livro sequer, ele tivesse procurado controlar seu modo grosseiro de se comportar e tivesse dito: “sou um leitor assíduo, tenho centenas de livros em minha biblioteca e acho que a cultura é essencial para qualquer cidadão, mesmo não tendo diploma universitário, como eu.”.
Com o conceito implantado pelos oportunistas de plantão de que o Mundo deve ser visto pela ótica ideológica e não com a visão límpida da cultura, foram abertas oportunidades para que pessoas tolas com formação universitária, ocupassem postos importantes.
Dentre esses, temos a Presidência da República, com Dilma Rousseff; a presidência do Partido dos Trabalhadores, com Gleisi Hoffmann, a União Nacional dos Estudantes, com Marianna Dias e mais recentemente a possível candidatura à Presidência da República por Manuela d’Ávila, e outros.
Essas personalidades não teriam espaço numa Sociedade composta por cidadãos politizados, no sentido original da palavra.
Então, fica a dúvida: o mérito de Lula está em ele ser campeão na criação de universidades ou, paradoxalmente, ter demonstrado que cultura não serve para nada?