PORTA DA TRAIÇÃO

A fumaça que dança no cinzeiro

Como uma víbora que desliza sobre as costas

Olhos fixos, vendados e mascarados

Contemplam as portas trancadas

Amarras, dor e sedução

Teu olhar desconfiado desta guerra santa

Minhas fortalezas consumidas pelo sufocamento

E os olhos são como o vidro de nossa aliança

Fitam à porta à espera do acontecimento

Impulso. Teus lábios: minha perdição

Teus esforços genéricos me obrigam a sair

Eu, nua e ferida por entre duas portas

O muro rasgado: um convite para fugir

Vamos levando nossas vidas opostas

Sua passividade: minha motivação

Lígia Fatimah
Enviado por Lígia Fatimah em 02/04/2018
Código do texto: T6297440
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