Quem existe aí que atire a primeira pedra

Não basta estar vivo. É preciso se sentir vivo todos os dias. A cada milésimo de segundo. Já pela manhã bem cedinho antes mesmo de pormos os pés no chão. Não basta estar vivo. É preciso se sentir vivo. De outra forma, seria como não existir verdadeiramente. Multidões caminham cegamente pelas ruas, e caminhando vazias ou esvaziadas, seguem seu rumo preestabelecido pela sorte sem se importar com o seu karma. Existir é mais que isso. Existir como pessoa humana que se faz cotidianamente na relação com o outro, nas convergências e divergências próprias aos sujeitos em relação e que entendem o real significado das palavras empatia, diferença, diversidade, resiliência vai muito além disso. Talvez seja mesmo imensurável a ideia de existir. Pois não se trata de trabalhar duro, ou ganhar muito dinheiro e enriquecer e depois guardar tudo debaixo do colchão. Existir é descobrir um sentido novo de estar na vida, mesmo essa sendo tão dura as vezes, e fazer da sua realidade o lugar perfeito para se estar durante toda a sua existência. Existir é, na verdade, estar em relação com o outro que o tira de sua zona de conforto fazendo com que você se pergunte a cada novo encontro quem é você e em que medida você existe enquanto tenta existir o outro ao relacionar-se com você. A sua relação com o outro lhe confere o sentimento de existência? Você percebe-se capaz de transcender ao estar em contato com a maior inspiração de Deus? Se o outro não te faz existir e você não permite que o outro exista, então temos um dilema... Na verdade, um paradoxo. Matamos Deus e em consequência disso deixamos de existir? Ou passamos a existir somente a partir da morte de Deus na contemporaneidade?