Devo ir
Posso ter partido, mas ainda não morri.
Então, não chores por mim. Por favor, toca a sorrir. Ou então, toque mesmo. Toque as melhores melodias do teu sorriso e não ligues para esse eterno estado de crise existencial em que me encontro.
Eu ando no dia-a-dia, mas no fundo eu sou a paralisia, a constante apatia que provoca vómitos aos fantasmas que aspiram possuir meu corpo.
Não estive tempo suficiente por aqui e não soube gozar do apanágio que foi estar ao teu lado, mas fazer o quê, se é assim a vida, uma sequência de fins?
Normalmente, tudo acaba quando o "bis" cai na tigela dos desejos. Não posso mais aqui estar. Não, não posso ficar. Vou mas é pegar nas minhas malas e nos meus sonhos viajar. Sonhos estes que, vendo bem, não passam de meras ambições duma figura humana viciada em tristeza.