A EXISTÊNCIA NUM TÚNEL
Porque as duas abordagens são igualmente necessárias à outra, é imperativo distinguir sem dissociar entre o sujeito e o objeto, a natureza e a cultura, entre a ciência e a filosofia.
Usando a lógica como fundamento, afirmamos que uma pessoa é, e sente-se melhor se tiver mais alternativas para escolher.
Podemos, sem dúvida, dizer que não temos uma história útil, pois, supostamente, conhecemos a composição de estrelas distantes, mais do que entendemos de nós mesmos e de muitas coisas aqui na terra, além de outras questões que permanecem ilusórias, pois, nem a energia das suposições científicas nem o espírito das imposições teológicas nos clarearam a escuridão da ignorância. Demais, o método científico se afasta da possibilidade do desconhecido imaterial.
Não temos como esquivarmo-nos filosoficamente e culturalmente dos argumentos seculares de duas correntes de pensamento, uma, que concebe a origem da energia ser o resultado de contato imediato, e a outra, defende o pensamento que a força age à distância, embora esta última gere argumentos retóricos contraditórios à matéria e a energia, por trazer explicações ocultas da física que não partem do entendimento claro e distinto da proximidade.
Do ponto de vista do senso comum, que denominamos como a “verdade”, nos moldamos no alicerce de que podemos utilizar o aparato de nossos corpos para entender o que está acontecendo no mundo, e seguir esse consenso coletivamente como uma cultura.
Filosoficamente e culturalmente, através da observação e da experimentação, alcançamos o extraordinário conhecimento da cultura, da arte e da literatura, apesar de falarmos sobre nosso cérebro e o nosso corpo usando a mesma linguagem unificada, o dualismo e a religião são opostos numa carência ao reverso, e, é extremamente desnorteante internalizar a concepção que nossa alma seja parte constituinte de um mecanismo vivo funcional, nossa carne, colidindo com princípios distintos indo diretamente contra a religião.
Em contrapartida, é possível o credo sustentar perspectivas dualistas sobre a alma sobreviver à destruição de nosso corpo. Há, portanto, uma necessidade humana para o cultivo do dualismo, apesar de não ser algo aparentemente intelectual, e sim, um senso comum e enraizado em uma experiência fenomenológica, pois, internamente, não sentimos nosso corpo físico como algo meramente material, mas, como uma entidade submetida ao nosso domínio proprietário de mestres e ocupantes íntimos de nossa matéria, nosso ser.
À despeito do movimento histórico étnico e real em torno do desenvolvimento de um único ideal da cultura humana, individualmente e diversamente incorporada, parecer convergir para um movimento concêntrico de ordenação universal em direção ao progresso, o centro parece estar ausente em nossa jornada na vida, que não representa um destino, mas, que tem como o único propósito responder a uma questão: por que nascemos, experimentamos e findamos, sem alcançar uma conclusão sobre nossa razão de viver, existir e falecer sem uma definição de nosso propósito de ser.