Águas rasas
Como dar espaço a profundidade,
onde o superficial é demasiado?
Conseguir trocas de qualidade,
quando até o amor é sucateado?
Num mundo de pessoas rasas
Quem é profundo se afoga.
Cai na exaustão de bater asas,
enquanto todos boiam mar afora.
Por falta de mar para desbravar,
acabo por mergulhar em mim mesmo.
E quando começo a afundar
o medo me toma como se tivesse a esmo.
Medo do desconhecido?
ou de outras vidas que vivem lá?
O mergulho deixa tudo entorpecido,
De um modo que sempre temo não voltar.