Águas rasas

Como dar espaço a profundidade,

onde o superficial é demasiado?

Conseguir trocas de qualidade,

quando até o amor é sucateado?

Num mundo de pessoas rasas

Quem é profundo se afoga.

Cai na exaustão de bater asas,

enquanto todos boiam mar afora.

Por falta de mar para desbravar,

acabo por mergulhar em mim mesmo.

E quando começo a afundar

o medo me toma como se tivesse a esmo.

Medo do desconhecido?

ou de outras vidas que vivem lá?

O mergulho deixa tudo entorpecido,

De um modo que sempre temo não voltar.

Jaqueline do Amaral
Enviado por Jaqueline do Amaral em 21/03/2018
Reeditado em 22/03/2018
Código do texto: T6286673
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