Pensando sobre Josué de Castro

[Memória para uso diário]

Reflexão sobre Josué de Castro e sua obra Geografia da Fome que meu amigo sociólogo e poeta Rômulo Santos escreveu em uma das postagens aqui no Recanto das Letras:

Interessante notarmos como a interpretação de Josué de Castro sobre os grandes dilemas brasileiros ainda continua atual e pertinente. Entender a fome de uma maneira multidimensional ainda é um grande tabu, dado o caráter tardio dos debates sobre este fenômeno; seja no contexto europeu, seja no contexto brasileiro e latino-americano. Lendo um dos prefácios de seu livro mais famoso, A Geografia da Fome, fiquei curioso ao saber que, durante a Segunda Guerra Mundial, para cada 100 artigos relacionados ao conflito, existia apenas 1 que falava sobre a fome. O mais assustador dessa história é que a fome matou mais pessoas do que a própria guerra em si. Além desses percalços, é necessário, como você fez, observar a atuação de Josué de Castro como intelectual público, além de cientista, escritor e poeta. De fato, ele nos oferece ferramentas importantes para compreender as especificidades da fome, considerando as desigualdades e diferenças locais, a qualidade da alimentação, a influência e interação de fatores endógenos e exógenos, o que, consequentemente, leva a um entendimento mais complexo das relações entre os seres humanos e o meio ambiente.

Inã Cândido
Enviado por Inã Cândido em 21/03/2018
Reeditado em 21/03/2018
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