BUMERANGUE.
Num monólogo oculto faz-se a comunicação. Perguntas, feito bumerangue, são lançadas e na mesma velocidade retornam, com respostas criadas, inventadas e vazias. Novamente, o arremesso. Novamente, o retorno. Novamente, o transtorno. O mesmo trajeto, a mesma direção, sem desvios, sem interação, sem ação. Chegam-me respostas convenientes, mas não convincentes. No bate-volta das respostas inventadas e perguntas intencionadas, embaralho-me nas informações cruzadas. E insisto na veracidade do meu acreditar. E me culpo, e me absolvo e me perco e me perdoo. Progrido no pensamento desconexo e regrido no alinhar do monólogo interno, enquanto, mais uma vez, aguardo o retorno do bumerangue com respostas reais, sinceras e concretas...
Elenice Bastos.