Tela em branco
Você acredita que todas as pessoas merecem uma segunda chance, afinal, você se coloca no lugar de quem for e pensa: “eu mereceria uma segunda chance também”.
No inicio de tudo se acredita, com o passar do tempo, quando as ‘estórias’ continuam a aparecer você luta, com todas as armas, você se esconde atrás de verdades que a mente cria para se defender.
Porém com o tempo as decisões se extinguem e você se depara diante um abismo, um alto, obscuro e tenebroso abismo que se chama “Tapar os Olhos” e nesse momento você escolhe não ver mais nada e é nesse instante que o ditado faz sentido - O pior cego é aquele que não quer ver - eu passei por todos esses processos, fingi demência em casos que no meu juízo perfeito o mundo seria pequeno para conter a explosão que eu seria, os megatons de raiva, desprezo e descontrole dizimariam uma boa parte de tudo, mas eu escolhi pensar que esperar, que ser melhor, que alguma coisa idiota resolveria essa imperfeita junção quebrada, mas não havia nada idiota que pudesse resolver.
Hoje me pego diante uma tela, uma tela tão rabiscada, suja, em alguns lugares rasgada e percebo que essa tela sou eu; Respiro fundo, tiro do cavalete aquela tela surrada e envolvo-a em um envelope acolchoado, de outro envelope retiro uma tela nova, pinceis e novas tintas; coloco minha nova tela no cavalete, dessa vez me darei o direito de não suja-la, dessa vez pintarei em escalas menores, alcançarei dimensões maiores.
Dessa vez pintarei com cautela.
Um novo dia para recomeçar