ILUSÓRIO VIVER
O viver... em seu tempo
Nosso sagrado prazo... no mundo
Quão ilusório e subjetivo que seja!
E assim
Para uns poucos... tão prazeroso como a gozar num ato sexual
Para pouquíssimos
A se alegrarem com sua sorte... pela fantasia a que então viveram
Porém, tão breve!
Mas para a grande maioria... tão pesado como a estar num duro presido
E tão longo!
A beberem o cálice de suas amargas lágrimas em seu exílio
Todavia, em ambos os casos... sempre passageiros... efêmeros...
E justamente paradoxal
Da mortal frustração pelo pranto dos primeiros
Da vital libertação pela alegria dos que aqui tanto sofreram
E... o que persiste aqui nesta vida?
O que para sempre resiste no tempo?
Das traças a comerem as páginas de nossos diários...
Dos vermes a se alimentarem de nossos corpos...
Ah, e esta mania do absurdo de tantos ainda a serem... orgulhosos!
Um dia, quem sabe, haveremos de compreender?