Me castre a vida, mas não me castre a alma
 
Usurpadoras exigências comportamentais sem limites
Expectativas
Domesticamos aos outros e a nós como animais de estimação Dela
 
Ela define quem eu posso ser
Ela sequestra minha espontaneidade
Ela endurece meu olhar
Ela me estimula a fazer com os outros tudo que não é bom pra mim
Ela ensina a descontar aqui e ali o que estava lá
Ela não explica o que é processo
Ela não te deixa dúvidas, te determina
Ela te encabresta de tudo aquilo que a milênios tentam esconder
 
Sua bruxa
Sua feiticeira
Sua cigana
Sua guerreira
Sua deusa
 
Maldita Ela, maldita Ela que tem Ele, esse Ele tão maldito quanto Ela
 
Preciso Dele e por isso preciso Dela, odeio Ela, mas Ela ri com sarcasmo, porque sabe que preciso Dele, cantarola: Minha escrava, minha escrava. Fica aqui. Isso não pode. Menina má. Comporte-se.
 
_ Comporte-se? Comporte-se feito o que? 
_ Feito tudo aquilo que sirva para me manter no auge.
 
Ó Ela, já disse maldita. Oprime e rege tanta beleza. Oprime a força e rege a fraqueza.
 
Em vão, tudo em vão. Na fachada dela a descrição: Aqui jás sua liberdade. Seja comum, pertença ou não exista. 
 
Minha arte... escondida no porão Dela, sem valor nenhum pra Ele.
 
Existo sim, alma saudável e vida doente, Nela pela necessidade Dele.