A profecia de Lula
Em 22 de junho de 2002 Luiz Inácio Lula da Silva escreveu a “Carta ao Povo Brasileiro”. Em seus parágrafos iniciais ele afirmou:
“Se em algum momento, ao longo dos anos 90, o atual modelo conseguiu despertar esperanças de progresso econômico e social, hoje a decepção com os seus resultados é enorme. Oito anos depois, o povo brasileiro faz o balanço e verifica que as promessas fundamentais foram descumpridas e as esperanças frustradas.
Nosso povo constata com pesar e indignação que a economia não cresceu e está muito mais vulnerável, a soberania do país ficou em grande parte comprometida, a corrupção continua alta e, principalmente, a crise social e a insegurança tornaram-se assustadoras.”.
Substituindo as expressões “ao longo dos anos 90” por “ao longo dos anos 2002 a 2016” e “Oito anos depois” por “Treze anos depois”, podemos perceber a atualidade de suas afirmações.
Mas essa situação não é exclusividade de nenhum governo. O Brasil há séculos adia a felicidade de seu povo e parece uma roda que patina na lama e nunca avança mais do que poucos centimetros.
Na sua carta, Lula faz um levantamento fiel dos problemas do país, mas que depois foram esquecidos, talvez porque outras prioridades o fizeram agir contra suas próprias propostas.
Nossos governantes sabem perfeitamente quais são nossas carências e como resolvê-las, mas nunca tivemos alguém que esteja inteiramente disposto a ficar do lado do Povo.
Quase tudo que se faz no Brasil, seja para o bem ou para o mal, primeiro tem que passar pela análise da conveniência política.