Amores roubados
Às vezes o amor está a dois passos de distância, às vezes nos bate à porta, mas preferimos fincar raízes em pessoas e/ou relacionamentos tóxicos, porque ou nos apegamos ou temos a esperança de que essa se torne a pessoa pela qual nos apaixonamos, que é em suma, um personagem inventado por nós.
Então deixamos passar a oportunidade de sermos verdadeiramente felizes para cumprir um desejo do ego destruído por uma recusa, abandono, dificuldade, desdém ou o fato do ser "amado" não ser nosso por inteiro.
Tentamos curar, com nossa ímpeta síndrome do herói, afinal o entendemos, sabemos o que se passa, o que sofreu e que um dia, talvez um dia, com certeza um dia ele possa mudar...
Juramos que ele gosta de nós, apenas não sabe...
Justificamos todas suas ações, delitos, desrespeitos e abandonos.
Tentando alcançar o inalcançável.
Até "descobrirmos" um dia que ele não nos amava. E o pior: Que não o amávamos!
Demos tanto murro em ponta de faca, sofremos, lutamos uma luta já perdida, por uma causa desconhecida, para enxergar que nunca quisemos, fora apenas fruto do ego, ilusão da mente.
Pensamos em como éramos felizes com a pessoa, a outra pessoa, a que estava o tempo todo ali, mas não vimos ou nos recusamos ver.
Deixamos passar a felicidade por uma promessa vazia, onde trocamos o amor pelo desejo e aí já é tarde, porque quando a oferta é imperdível, não estará a todo tempo a nos esperar.
E o que sobra?
Arrependimento!
O triste vazio da lembrança de dias nunca vividos, de amores roubados e sonhos esquecidos.
Então, se o amor bater-lhe à porta, diga:
Sê bem vindo! É um prazer te receber em minha casa, em minha vinda, em meu coração!
- Lobbo