Fundo do poço
Você já se viu no fundo do poço?
Ultimamente minhas lagrimas estão pesando,
Eu estou pensando em por que eu escrevo
Se isso não me dar dinheiro, e em momentos como esse, não posso alugar um quartinho?
Hipocrisia sou eu odiar a literatura no desespero, mas vim escrever para me salvar.
Você já olhou para a sua vida, de fora?
Vejo a bola de neve que me reside, vejo no mundo de regras que eu estou seguindo, vejo todas as coisas..., mas não me vejo.
É difícil largar a faculdade?
Mais difícil ainda iria ser eu continuar nisso e fingir que está tudo bom... até quando? Até quando eu iria aguentar tudo por aqui, se em cada prédio que eu olho na janela do ônibus é um convite ao suicídio e uma saída para partir.
Quem é a pessoa que eu correria em momentos como esse?
Eu pensei no meu ex, quando eu estava procurando kit net para alugar. Pensei na vida que estávamos planejando... sair em agosto de casa e nos casar, e isso doeu. Doeu de uma forma que, sinceramente, não era para doer. Eu queria correr para a casa da minha sogra ou ligar falando “ Amor, precisamos acelerar o processo de morar juntos” por que ele sim me entendia, nesse âmbito. Não tem atual, não tem família de atual, não tem amiguinhos... não tem manos. Tu, B, continua sendo a minha visão de mundo e a mão estendida que eu vejo e quase pego para me socorrer. Que saudade da vida que construímos sem chegar a construir, de fato. Que saudade de você...
Quem é o amor da sua vida?
Eu sou o amor da minha vida.
Eu me aturo por bastante tempo, e cá entre nós, eu vou ficar comigo até morrer. Em cada lugar que eu for, me levarei comigo. Eu estou em pedaços por dentro e por fora, mas mesmo assim me acho linda. E para qualquer lugar que eu for eu vou está completa.
Eu não sei o que fazer, mas também estou muito focada em como proceder.
Eu sou mulher para gritar, mas também sou para tomar minhas atitudes e mudar.
No chão eu estou, mas é no chão que eu acho impulso para poder voar.
Esse é um texto pesado, restrito,
Prometem não contar para ninguém o que vocês leram?