Vendo meu corpo
Isso mesmo. Nas esquinas da vida, vendo meu corpo.
A cada palavra dita, a cada poema experimentado, a cada texto finalizado, parte do meu corpo sai de mim.
Cada vez que falo do social, do amor, dos erros e dos acertos. São nesses momentos que me dispo.
A cada esquina da vida me vejo nu. Nu daquilo que penso que é meu, mas na verdade faz parte do todo.
Somente um momento, apenas um não sou capaz de me despir, mas sim de entregar minha alma.
No silêncio da noite, quando palavras não me bastam, olho para o céu e me entrego ao que me transcende, entrego-me ao silêncio da oração.
Quando isso não basta, volto a esquina da vida e vendo mais uma vez meu corpo.