Entre parênteses
Quero explicar o meu amor por você, mas as palavras escapam-me, fogem desenfreadamente como gazelas no prado (amor louco, não?). Sinto uma pequena fisgada no meu peito apaixonado e flechado, feito um susto que rouba o meu juízo (melhor assim, que bom! Gostar é não refletir muito).
Elegi os parênteses como meus representantes, já que minha vontade é arrancar os ponteiros do relógio quando perto estamos (afinal, só atrapalham) ou então jogar fora tudo que nos separa (não só o tempo, os ciúmes, as maledicências e muito mais).
Acho “eu te amo” tão banal e comum, merecemos mais, merecemos a cumplicidade dos parênteses. Assim tenho a impressão de falar bem baixinho em seu ouvido os nossos pequenos segredos e brincadeiras tolas (você sabe que ninguém poderá ocupar o seu lugar).
Eu quero estar contigo a cada dia desde o primeiro bem-te-vi trinar até a primeira estrela brilhar (todos os dias que pudermos, se possível, que sejam eternos).
(agora pare e pense, o que dirá para mim nos seus parênteses?).