Subjetividade
Tudo o que está aqui mal traçado nessas linhas proveio de alguma filosofia, de alguma ciência, de alguma literatura, arte, astronomia, religião, do senso comum, de alguma vertente que falou sobre o que falo agora antes de mim, eu não inventei tudo o que digo aqui, eu tive uma carga de conhecimento que adquiri e adquiro ao longo do meu percurso na vida.
Tais conhecimentos me fizeram refletir e escrever sobre o quão complexa é a vida, o ser humano e a morte. Agora eu me desprendo de certa forma de todos os campos de saber para que o foco esteja não nas teorias que virão em sua memória no decorrer da leitura, mas sim no se permitir a entender a subjetividade sobre o meu ponto de vista, digo meu porque foi formulado através dos meus conhecimentos, das minhas histórias, da minha cultura, da minha experiência de vida.
E para tanto excesso de posse com o pronome "minha" em ênfase se da a explicação de que são de fato elementos que são meus, fazem parte de mim, de quem sou, de quem fui e de quem vou me tornar, fazem parte da minha individualidade.
E ainda que eu tente fugir de tantas explicações para minhas colocações acaba sendo inevitável, pois falar do ser é tão complexo quanto falar da vida e da morte.
Mas o que de fato é a subjetividade para mim?
Bem, é algo para mim que faz parte de quem somos mais do que qualquer outra coisa, é um conjunto de ideias, valores, dogmas, crenças, cultura, comportamentos, sentimentos, pensamentos e momentos. É tudo àquilo que provém de dentro para fora. É sentir e saber que sente, e que o que sente é natural e que a parte mais obscura do ser humano está escancarada nele mesmo.
É descobrir-se de repente egoísta, mesquinho, arrogante, saber que posso ter inúmeras qualidades mas essas serão em menor proporção que minhas características consideradas defeitos.
A subjetividade é imperfeita como o sujeito, é indecifrável, impenetrável e é excêntrica. Ela nos faz sangrar, quebra tudo o que há dentro de nós, nos faz chocar com a realidade cruel que nos permeia, ela é quem de fato somos e é por este motivo que tememos tanto à ela.
Nos escondemos o tempo todo por trás de máscaras que fingem bondade, que fingem sinceridade e dignidade. Achamos que buscamos ser perfeitos, quando na verdade estamos enganados e fadados ao errado, ao sujo, ao descomungado e ao considerado, defeito, imperfeito.
A subjetividade na minha percepção é quem de fato somos, com TODAS as características que nos cerca, boas e ruins, estas estão entrelaçadas e muitas vezes escondidas, manifestadas de vez enquando em uma letra de música, uma conversa, uma indireta, brincadeira e em qualquer coisa que o ser humano finja ter a coragem que não tem.
Somos todos um bando de condenados a subjetividade mais avassaladora que inunda o sujeito da vontade de não ser o que realmente é.