MEU CANTO

Uma folha seca me protegeu.

Era tão fina que podia quebrá-la. Mas apenas a abracei.

O sol me procurava entre as raízes da árvore que eu mesmo plantei.

Me procurava por interesse. Só queria meu canto.

Escondido num canto fiquei.

Até o sol ignorei.

Na folha seca escrevi meu nome, como se ali fosse meu lar para sempre.

O próximo vento levaria ela. Outra folha cairia sobre mim. Meu novo lar.

Num canto abafado resolvi sair de meu canto.

Era tão fraco que podia quebrá-lo.

Porém, meu canto escondido resolvi abraçar.