O mundo caiu
O mundo caiu, mas uma casa ficou de pé. Era onde eu morava. Morava dentro do teu peito, saboreando a temperatura amena e a música que todos os dias fazia questão de cantar-me. Não posso fugir, fiz planos de viajar no teu abraço. Lá pelo meio do percurso o vento das lembranças me sacudiu, me jogou no chão, me arrastou por quilômetros sem fim e eu nem podia dizer. Então busquei a ti, que antes era o meu esconderijo. O abraço antes casa, hoje não passa de um olhar cortez que, segundo o protocolo, me pergunta se está tudo bem. Pasme! Está tudo bem. E assim permanecerá até que o tempo passe e te diga que, para além da cortesia, perdeste a chance de, verdadeiramente, perguntar ao meu coração como andava o ar de chumbo.