Escrever é simplesmente espantoso
Amo escrever, desde que o sei fazer... Para mim a escrita não é só felicidade, tem alturas que também ´é saudade, nostalgia e tristeza... Acontece-me sempre, ter vontade de escrever, mas em algumas das vezes o chamado é mais forte quando estou em baixo, com dor, saudade ou a tristeza me assalta... Aí a necessidade é maior, tem uma intensidade enorme e tem que ser expelida, tem de traduzir todos os sentimentos que estão dentro de mim, e precisam ser libertados, é aí que a caneta entra em acção e as palavras saem a trote, muitas vezes, se não todas em bruto... Mais tarde, relidas inúmeras vezes, dou um jeitinho numa ou noutra palavra que só cabe no meu vocabulário, e que provavelmente alguém que um dia viesse a ler não compreenderia... Quanto ao que foi escrito na hora deixo que fique como saiu, pois ali está a essência do que sentia e vivia naquele momento ou hora!..
Escrever liberta-me, alivia-me...
Sei que ao escrever não alivio a minha dor, a tristeza, a saudade ou a nostalgia, eu sei, até porque quando escrevo nesses momentos de tristeza, dor e afins, ainda dói mais, a saudade aperta mais, a nostalgia desce como uma nuvem sobre mim, e a tristeza assalta-me e deixa-me com uma fraqueza frágil, no fundo até me abre todas as cicatrizes e revolve com as minhas memórias. Mas no fundo, funciona, porque quando eu escrevo expulso os meus demónios ... Mas também tenho alturas, em que não deixo palavras escritas, e penso que até é o melhor, porque algumas coisas em dados momentos e situações mais acesas precisam ser filtradas... Principalmente quando me encontro em paz comigo mesmo, na minha solidão escrevo muito mais para mim própria... Escrevo coisas que só eu entendo o verdadeiro significado e sentimento delas, e que ninguém lê ou lerá... Faz-me um bem extraordinário... Escrever é simplesmente espantoso, e não é preciso ter um grande dom, apenas sentimentos e uma essência verdadeira!