Crises de pânico e o século XXI
De súbito acordo em mim.
Dou-me conta do absurdo.
Sacudiram-me a consciência estes dias.
Pânico e álcool.
Carnaval maldito trás a miséria
em combustão simbólica.
Abusa-me a tolerância estas paredes,
A minha volta há angústia no silêncio.
De dia árduo, de noite penso,
Saboreio apenas restos.
Garrafas vazias aqui dentro,
Cinzas de cigarros apagados
em tormentos delituosos.
Em pânico me ponho a pensar:
Pânico, a esta altura?
Não basta saber que este
Século me supultará, inexoravelmente,
mesmo que eu viva um século!
Lógica vã. Este medo vil.
Suplício de mistura romântica e laboral
Do ser-em-mim,
Mas há que ser normal
No carnaval.