NESSE VERBO DE EXISTIR...

Recito-a em meu peito!
Morte, juiza de mim,
enquanto a vida,
minha raiz primeira,
prende-me ao chão.

Anjo em sua valsa gutural,
vertigem a me soprar os seus agouros,
não mais a temo, morte!
Foi-se o tempo,
pólvora infernal em minhas veias!

Deusa estéril!
A sua voraz gula
cresce em losna
nos túmulos dos meus olhos.

Caminho cingida de pele à frente da sua marcha,
enquanto ora o reinado no auge da sua foice.
Vem, vamos valsar!
Jazemos, ambas, cadáveres!

A ti, Deusa, que tempera as minhas células,
o brinde rubro ao tempo do meu pulso!
Soará em mim o seu tambor,
a sua mente desvairada,
e cravará então as suas garras de águia em meu dorso! 
Perderei o viço à maneira de morrer suavizada apenas pelo vento e
migrarei contigo, carcaça!

 
oOoll NOTURNA lloOo
Enviado por oOoll NOTURNA lloOo em 09/02/2018
Código do texto: T6249813
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