NESSE VERBO DE EXISTIR...
Recito-a em meu peito!
Morte, juiza de mim,
enquanto a vida,
minha raiz primeira,
prende-me ao chão.
Anjo em sua valsa gutural,
vertigem a me soprar os seus agouros,
não mais a temo, morte!
Foi-se o tempo,
pólvora infernal em minhas veias!
Deusa estéril!
A sua voraz gula
cresce em losna
nos túmulos dos meus olhos.
Caminho cingida de pele à frente da sua marcha,
enquanto ora o reinado no auge da sua foice.
Vem, vamos valsar!
Jazemos, ambas, cadáveres!
A ti, Deusa, que tempera as minhas células,
o brinde rubro ao tempo do meu pulso!
Soará em mim o seu tambor,
a sua mente desvairada,
e cravará então as suas garras de águia em meu dorso!
Perderei o viço à maneira de morrer suavizada apenas pelo vento e
migrarei contigo, carcaça!