_____________ESTRUGE_________________________
Quem sabe,
nesse ofício da escrita,
nesse passo cordeiro, pegajoso à dureza do asfalto.
Quem sabe,
nesse ofício silencioso que eu trago em minhas veias
- letargo, corte, desejo de ser qualquer coisa -
Quem sabe...
Com a força que ainda me resta,
com os olhos de ontem,
na dispersão das minhas células,
eu caiba dentro da lágrima órfã de seus olhos.
Quem sabe o futuro pouse em minhas horas
e eu me curve feito gárgula tendo em suas bases o concreto frio
Quem sabe...