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Quem sabe, 
nesse ofício da escrita,
nesse passo cordeiro, pegajoso à dureza do asfalto.

Quem sabe,
nesse ofício silencioso que eu trago em minhas veias
- letargo, corte, desejo de ser qualquer coisa -

Quem sabe...
Com a força que ainda me resta,
com os olhos de ontem,
na dispersão das minhas células,
eu caiba dentro da lágrima órfã de seus olhos.

Quem sabe o futuro pouse em minhas horas
e eu me curve feito gárgula tendo em suas bases o concreto frio


Quem sabe...
oOoll NOTURNA lloOo
Enviado por oOoll NOTURNA lloOo em 09/02/2018
Código do texto: T6249706
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