O Direito de Sonhar

Inúteis espirais invadem o céu azul. Um anel de cabelo esquecido enrosca-se em torno das flores.

Gaston Bachelard, Introdução à dinâmica da paisagem (In: O Direito de Sonhar). Trad. José Américo Motta Pessanha

Vi na presente citacção um misto de Pink Floyd (na primeira oração) e Black Metal à la Burzum (na segunda oração).

Se inúteis ou não, que me importam? As espirais sobem ao céu num movimento invasivo, correto? Pois que seja. Invadem o firmamento. Cuja firmeza se faz questionável...

Quanto ao "anel de cabelo esquecido", voilà! Ecos de Tolkien* (daí o Burzum, numa associação indireta, ok?) Ademais... "Anel de cabelo" e "flores", via enroscamento (e olhaí a "rosca" no meio do substantivo derivado) têm algo de espiral. Os cabelos encaracolados de Juliana! Oh!

NOTA

* Não é, pois, curioso, como tão poucas palavras sirvam para provocar devaneios?