Prestemos atenção aos holofotes
Os holofotes são um recurso usado pelos ilusionistas para seus truques de mágica em que fazem “desaparecer” grandes objetos como aviões e estátuas. Lembram do David Copperfield?
Os políticos, como exímios ilusionistas que são, também utilizam o recurso dos “holofotes”, principalmente às vésperas de eleições com seu costumeiro lero lero.
Esse recurso é usado para “esconder” a quase total incompetência dos governos federal, estaduais e municipais, com ajuda ou omissão do Congresso e das Câmaras Estaduais e Municipais. O que vem acontecendo desde o fim do Governo Militar.
Vejamos alguns exemplos de “holofotes”:
- criminalidade - geralmente ela é associada com “combate” e esse com “polícia”. Desta forma, se a criminalidade não diminui, ou aumenta, a responsabilidade está no combate ineficiente ou falha da Polícia. Mas ela é um problema estrutural, ou seja, o país foi moldado moral, social e economicamente, de modo a criar condições favoráveis à criminalidade. Isso aconteceu principalmente porque os administradores públicos sempre colocaram os interesses políticos e financeiros acima dos da população e essa por sua vez vem dando aval para que essa atitude perdure;
- “eu fiz isso, eu fiz aquilo” - em princípio estas expressões demonstram dinamismo, mas na verdade elas escondem uma forma perversa de governar, o governo de cima para baixo. Nela o governante se comporta como um rei e dono dos recursos públicos e os aplica de acordo com seu julgamento e conveniência, que quase sempre tem orientação política. A forma mais justa e eficiente de administrar é o governo de baixo para cima, quando a própria população elege suas prioridades, participa das obras e controla a aplicação de recursos;
- planos ambiciosos de governo - traçam metas de providências que deveriam ter sido tomadas há décadas e que provavelmente não serão cumpridas na administração futura.
Restringi minha avaliação ao período pós ditadura porque de certa forma é compreensível que naquele período as prioridades fossem escolhidas sem a participação da sociedade, porque se tratava de uma ditadura. Daí tivemos que pagar por vários projetos que prejudicaram muito nossa economia, tais como Transamazônica, usinas nucleares de Angra dos Reis, Ferrovia do Aço, Plano de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira e PROALCOOL. Estes programas foram executados com falhas técnicas absurdas e mantidos com recursos tomados no exterior e como deram em nada, só serviram para nos endividar.
Para que tenhamos alguma perspectiva de vida melhor temos que participar mais da escolha de nosso caminho e para isso precisamos parar de prestar apoio incondicional a quem “não está nem aí” para nós.
Nada de A, B, C, D … Os melhores somos NÓS.