O mal que é feito pelos outros é refresco.

Digamos que você fez um concurso público e ficou em quarto lugar e só existiam três vagas. É simplesmente trágico, mas vamos pôr uma situação hipotética aqui:

Vamos supor que a pessoa que ficou em terceiro lugar nesse concurso revida a um assalto ou sofre um terrível acidente e acaba morrendo, ora, o terceiro lugar fica vago e você é chamado para prover o cargo. Qual o sentimento nesse momento? É algo parecido com a felicidade?

Mesmo que você diga que não se sentiu feliz pela morte da pessoa, e sim por ter conseguido entrar no concurso, você não acha que uma coisa está ligada a outra?

Ao ler Macbeth, tive várias reflexões acerca da vida, dentre elas uma me fez refletir de uma maneira um tanto intensa. A ideia de que aquilo que é imoral, ilegal, criminoso se feito por outras mãos, incomoda-nos menos do que se feito por nós mesmos, contanto que isso nos dê algo em troca. Recitando Lady Macbeth em um dos trechos do livro: "queres ser grande, e não te falta ambição, mas careces do mal que deve acompanhar esta ambição". Acredito que em várias situações (até do nosso próprio cotidiano), possuímos a ideia de mudar as coisas por vias imorais, mas não o ato de aquilo se efetivar. Contudo, se você não tiver envolvimento algum pela morte do aprovado em terceiro lugar ou pelo regicídio, provavelmente você dirá uma frase um tanto popular: "antes ele do que eu".

Arietseb
Enviado por Arietseb em 04/02/2018
Reeditado em 04/02/2018
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