O SUICÍDIO DO LEVIATÃ (The Suicide of Leviathan)
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Tristeza é sentimento incapacitante, lágrima incontida na alma e incômoda de partilhar. Quando a tristeza vem não existe motivos para si entender, um no outro, e nada é tão paralisante na alma de quem sente. Tristeza é amargo na boca, dor nas juntas desgastadas, é câncer minúsculo que evolui no coração e lhe esfarela, é sangue que não circula. Tristeza sentida não pode ser compartilhada com ninguém, porquanto quem quer ser melancólico? Ninguém é tão ingênuo, nisto todos somos iguais. Eu sou doente, vivo de alimentos salgados que escorrem dos olhos, sou um homem perdido em indecisões, morro e todos esquecem, pois a tristeza lentamente me machuca, mas também atrai milhões para um mesmo buraco do eu sou. O mesmo buraco da escuridão humana e finita das pessoas do que somos, essa é a realidade, e nisto todos são lenços amalgados em prantos de uma depressão deste apogeu sem nenhum deus.
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Sadness is a crippling feeling, a tear unconscious in the soul and uncomfortable to share. When sadness comes there is no reason for you to understand, one in the other, and nothing is so paralyzing in the soul of the one who feels. Sadness is bitter in the mouth, pain in worn joints, it is a tiny cancer that evolves in the heart and crumbles it, it is blood that does not circulate. Felt sadness can not be shared with anyone, because who wants to be melancholic? Nobody is so naive, in this we are all the same. I am sick, alive with salty foods that flow from my eyes, I am a man lost in indecision, I die and everyone forgets, for sadness slowly hurts me, but also attracts millions to the same hole I am. The same hole in the human and finite darkness of the people we are, this is the reality, and in it all are scarves amalgamated in tears of a depression of this apogee without any god.