Depois de estar muito distraído eu percebi que o gato estava demorando demais de voltar daquele usual passeio noturno pela área externa do condomínio. Alguém largou a porta da frente aberta, e... bem, é isso. Ele foi dar uma volta e ver o que a cidade tem de interessante no ramo dos felinos que estão se tornando adultos... e por falar em felino, eu cresci escutando o disco dos Saltimbancos e me lembrei daquela frase que diz que os gatos já nascem livres, isso é bem verdade.
E eu nunca fui o tipo de pessoa que fica se lamuriando por quem partiu... quase nunca com gente, muito menos com bichinhos. Na verdade eu acredito que amor verdadeiro requer também um “querer bem de uma certa distância”, um “amor em pensamento”, “... em oração”, etc,etc,etc. Mas admito que estava me sentindo tranquilo, repetindo o mantra do "já, jáá´... ele volta, gato sempre volta pra casa e blá blá blá...", até o momento em que eu escutei trovoadas, e vi o tilintar dos raios no céu e a chuva que começou a cair forte... senti um aperto no peito. Então fiquei um tempo parado na porta da rua acreditando que ele pudesse voltar, com medo da chuva e dos trovões.
Acabei dando uma volta pela quadra, na chuva, e me molhando todo, mas nem sinal... nem dele (e nem de ninguém). Imaginei que ele pudesse estar de caso-sério com alguma gata na rua.
Bom, não dá pra querer que um bicho seja gente. Ele nasceu nas ruas, talvez estivesse se sentindo bem e protegido em algum canto, prefiro pensar apenas no melhor e ignorar totalmente as más possibilidades. Já era então cinco horas da manhã e estava já amanhecendo.
Duas pessoas esquisitíssimas surgiram do nada, aos tropeções e olhares desconfiados, e eu me lembrei que a cidade está em festa e que períodos de festa são sempre mais perigosos. Então tive que voltar, e - o pior -... eu tive que fechar e trancar a porta. Agora meu pensamento é o seguinte: eu rezo para que ele volte... e rezo para que, caso ele não volte, ele saiba se virar nas ruas. O gato é um gato muito esperto, e um valentão de primeira...
eu estava fritando bistecas. Uma pra mim e outra pra ele.
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E eu nunca fui o tipo de pessoa que fica se lamuriando por quem partiu... quase nunca com gente, muito menos com bichinhos. Na verdade eu acredito que amor verdadeiro requer também um “querer bem de uma certa distância”, um “amor em pensamento”, “... em oração”, etc,etc,etc. Mas admito que estava me sentindo tranquilo, repetindo o mantra do "já, jáá´... ele volta, gato sempre volta pra casa e blá blá blá...", até o momento em que eu escutei trovoadas, e vi o tilintar dos raios no céu e a chuva que começou a cair forte... senti um aperto no peito. Então fiquei um tempo parado na porta da rua acreditando que ele pudesse voltar, com medo da chuva e dos trovões.
Acabei dando uma volta pela quadra, na chuva, e me molhando todo, mas nem sinal... nem dele (e nem de ninguém). Imaginei que ele pudesse estar de caso-sério com alguma gata na rua.
Bom, não dá pra querer que um bicho seja gente. Ele nasceu nas ruas, talvez estivesse se sentindo bem e protegido em algum canto, prefiro pensar apenas no melhor e ignorar totalmente as más possibilidades. Já era então cinco horas da manhã e estava já amanhecendo.
Duas pessoas esquisitíssimas surgiram do nada, aos tropeções e olhares desconfiados, e eu me lembrei que a cidade está em festa e que períodos de festa são sempre mais perigosos. Então tive que voltar, e - o pior -... eu tive que fechar e trancar a porta. Agora meu pensamento é o seguinte: eu rezo para que ele volte... e rezo para que, caso ele não volte, ele saiba se virar nas ruas. O gato é um gato muito esperto, e um valentão de primeira...
eu estava fritando bistecas. Uma pra mim e outra pra ele.
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