O BEM ALHEIO

Vivendo na era da observação e dos autoretratos, transformamos as distorções em nós mesmos com a mesma desenvoltura que o mundo muda nossa imagem.

Enquanto não passamos de modelos com semelhanças preditivas, muitos dos problemas da humanidade são causados pelas tentativas infelizes para tornar nossas diversidades e conquistas iguais, parecidas ou melhores que as dos outros.

Comumente, o indivíduo evolve um conjunto dual de sentidos morais entre pessoas conhecidas, com aparente intenções pró-sociais e cooperativas, ao mesmo tempo que demonstra sentimentos e atitudes tribais e antagonistas em relação a pessoas estranhas ao meio que as ajuíza.

Rumo a uma transformação do sentido dos sentimentos de igualdade entre as pessoas, a obscuridade da inveja em sua ausência de conteúdo que serve como exemplo virtual e ponto de referência nas relações sociais, devora toda a distinção humana.

A covardia do ódio sustido na opacidade e na solidão da inveja, uma arma com a culatra defeituosa, que queima o atirador, ansiando por encontrar falhas, elimina o contentamento e destrói a alegria interior, oscilando entre duas emoções amparadas pelo prazer e a dor, é o sentimento reativo mais comum no ser humano.

Na pequenez de alma do invejoso, que se sente excluído e sem paz mental, cresce em proporcionalidade o sucesso do outro. Portanto, devemos atentar para que a opinião do outro não se torne num reflexo do que pensamos de nós mesmos, pois, se o permitirmos, pode determinar nossa realidade.

As interações sociais de forma de poder insinuam uma abordagem paralela de duas dimensões críticas de linhas características do acolhimento, da confiabilidade e da competência que determinam resultados de julgamentos das ações humanas no sucesso e na falha.

Para alguém abastado não há obstáculos em ser bom com aqueles considerados menos afortunados, pois, o ser privado e discreto que deveria exibir, sumiu em personificações ardilosas, demonstrando conteúdos que motivam desgosto naqueles menos sucedidos.

Para o bom observador, julgar as pessoas como boas baseando-se nos benefícios que causam, aparentemente praticando a igualdade àqueles considerados menos afortunados, é um equívoco de julgamento e uma opção fácil, não, um padrão para medir a bondade de alguém. Poderia o afortunado praticar essa mesma generosidade para aqueles que inveja, sem lucrar com o sucesso deles?

As pessoas de valor, tornam-se incomuns e bem sucedidas pela característica da força indomável moldada por uma existência de labor, disciplina e sofrimento, causando o ciúme e a inveja desmedida no indivíduo descuidado e apático.

Contudo, o incomum caráter de poucas pessoas, que suprimem a inveja, leva à mudança de vida para transformar a emoção em um sentimento positivo de contentamento, simpatia e altruísmo com relação ao progresso e a boa fortuna dos outros, que as motiva e inspira.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 24/01/2018
Reeditado em 28/01/2018
Código do texto: T6235154
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