#1
A cada madrugada, outra noite de risada
Regada a vinho e a erva na calçada
Passo a passo, adrenalina pulsante
De quem vive sempre em perigo constante
Meu amigo e eu, 2 traficantes.
A bohemia não tinha dia
Destruindo famílias pela cidade
Pra ganhar dinheiro e comprar a felicidade
E parecia que quanto mais aparecia viciado
Maior seria para pagar o pecado.
A vida era essa, esbanjava na rua
Rotina e diversão era correr da viatura.
Ao passar do tempo, matamos a esperança
Polícia e ladrão, me preparava desde criança.
Correr, brigar, escapar, pulando muro...
Quem imaginaria que seria o reflexto do futuro?
Mais um dia dá errado, essa é a verdade,
E ao falhar se perde a liberdade.
Eu me pego aos prantos, chorando
Porque quem rodou dessa vez foi meu mano.
Seu juiz, se você soubesse a verdade
Que esse moleque trafica por necessidade.
Cresceu onde o governo finge que não enxerga,
Vendo a mãe pegar reciclagem e o pai fumando pedra.
Ele não é um monstro, destruiu famílias, sim, isso é verdade
Mas ele é o reflexo da sociedade que abandonada, tratada como tormento,
É sempre oprimida e esquecida pelo governo.