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A cada madrugada, outra noite de risada

Regada a vinho e a erva na calçada

Passo a passo, adrenalina pulsante

De quem vive sempre em perigo constante

Meu amigo e eu, 2 traficantes.

A bohemia não tinha dia

Destruindo famílias pela cidade

Pra ganhar dinheiro e comprar a felicidade

E parecia que quanto mais aparecia viciado

Maior seria para pagar o pecado.

A vida era essa, esbanjava na rua

Rotina e diversão era correr da viatura.

Ao passar do tempo, matamos a esperança

Polícia e ladrão, me preparava desde criança.

Correr, brigar, escapar, pulando muro...

Quem imaginaria que seria o reflexto do futuro?

Mais um dia dá errado, essa é a verdade,

E ao falhar se perde a liberdade.

Eu me pego aos prantos, chorando

Porque quem rodou dessa vez foi meu mano.

Seu juiz, se você soubesse a verdade

Que esse moleque trafica por necessidade.

Cresceu onde o governo finge que não enxerga,

Vendo a mãe pegar reciclagem e o pai fumando pedra.

Ele não é um monstro, destruiu famílias, sim, isso é verdade

Mas ele é o reflexo da sociedade que abandonada, tratada como tormento,

É sempre oprimida e esquecida pelo governo.

JCP Póstumo
Enviado por JCP Póstumo em 22/01/2018
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