Toda luz que emana da sua alma

Curitiba, 13 de novembro de 2017.

Não adianta nada fazer de conta que esse coração desenhado não tem nome. Agir assim dá no mesmo que te trair. Em suma é como se eu estivesse negando todo o bem que você me faz e ainda faz, relutando para aceitar aquilo que não posso negar nem se fechasse os olhos mil vezes para me esquecer.
Porque não posso, não sei e não devo. E me enganaria se continuasse forjando indiferença. Para aqueles que não merecem saber, tudo bem, faço disso o meu segredo porque não quero que meus sentimentos mais puros sirvam de piada para almas desprovidas de sensibilidade.
O motivo não é nenhum mistério, percebe?
O bater das asas dessa borboleta foi sutil numa percepção mais realista das coisas, mas algo importante que você deve saber sobre mim é que eu vou fundo até demais.
Causou surpresa me ver diante de um fim de ciclo anunciado (e só eu não aceitava) e no meio desse caos semelhante a um quarto bagunçado te encontrar.
Mais que te encontrar, me reencontrar.
Repetitivo seria acusar o clichê e fazer do medo outro pleonasmo do verso. Tem fundamento se analisar friamente.
Ô se tem!
Tem porque não adianta nada dizer por aí que não acredito no amor porque estaria negando a Deus que para mim é a tradução mais exata e infalível do amor; depois omitir os sentimentos que me fizeram crescer seria uma tolice.
Pode parecer uma frase boba, mas é pura de intenção: você foi o raio de sol que acendeu o meu coração. Descobrir que te quero bem foi o equivalente ao instante que precede o alvorecer e preenche o coração de esperança, essa foi você na minha vida, te conheci sem esperar e quando dei por mim, os olhos úmidos reconheceram que não podia ser outra coisa senão amor.
O coração disparou e não foi de medo. Senti como se uma borboletinha verde clara abrisse e fechasse as asinhas ao notar que rompeu o casulo e sobreviveu. As joaninhas voltaram a me visitar em bandos, bailando enquanto percorriam o sino dos ventos.
E esse seu olhar compassivo, esse seu sorriso tão acolhedor, essa sua empatia, quem pode definir a beleza de um bom coração?
Talvez o meu que traduz o ritmo dessas batidas sem cerimônias. Eu me entendo com ele.
​​​​​Nunca deixei de acreditar no amor, só precisava mesmo me dar um tempo e continuo me dando esse tempo porque ainda preciso dele como as flores necessitam do sol.
Gratidão. Essa menina linda serenou minhas vaidades e inquietações. Tão egoísta e ingrata ainda sou, faz parte de ser humana, a imperfeição.
Aprendi com você que o topo é um lugar solitário e que gostoso mesmo é apreciar a caminhada com quem se ama, se amar em primeiro lugar para não desperdiçar a vida sem propósito, aprender a desfrutar cada dia e fazer o melhor que se pode, agraciar essas pequenas dádivas que nossos olhos podem aproveitar, crescer sem perder a humildade, falar para aliviar e ouvir com o coração, espalhar compaixão e respeito, mesmo que estejamos na contramão dos filtros e dessa idealização do que é felicidade e sucesso.
Mesmo que quisesse ser quem eu era antes de você, simplesmente não dá mais!
Aqueles corações tímidos que desenho na agenda não têm nome porque a agenda tem chances de cair em mãos erradas. Seu nome já está gravado por entre os traços, no sorriso que desponta quando você vem. Seu nome é lindo, escreveria por todos os cantos com caneta permanente, talharia no tronco de uma árvore, faria um acróstico particular.
O que eu não daria para te fazer a pessoa mais feliz do mundo?
Eu vou tentar.
Eu vou ser quem realmente sou, lutar para conquistar o meu lugar como jamais tive forças antes. Vou ser luz, doçura, paz, fazer das palavras uma ponte sustentada pela força do bem e atrás do conhecimento irei correr.
E se ainda assim mantiver a discrição diante dos burburinhos, não se acanhe nem duvide. Águas paradas são realmente profundas. Quero espalhar amor, mas um bocadinho guardo especialmente para você porque queria curar as feridas em seu coração e de alguma forma retribuir todo o bem que você me faz, queria te arrancar risadas e te abraçar com todas as minhas forças, olhar dentro dos seus olhos e perder o fôlego de tão fundo que fui porque amor assim eu nunca senti, nunca antes senti essa vontade tão grande de também me amar.
Confio muito em Deus e procuro entender que meu passado não deve influenciar o presente e nem estragar o futuro. Ele deixa claro no nome que não volta, a própria conjugação do verbo é bem consistente. Várias coisas que aconteceram me mudaram para sempre e eu varei muitas noites em claro tentando remontar peças de quebra-cabeças incompletos, sem saber o que fazer com os pedaços quebrados do meu coração.
Aposto que você também já deve ter passado por várias experiências ruins que levaram embora sua inocência e te admiro porque mesmo assim você segue sendo doce, não ficou amarga e odiosa. Sua companhia é tão boa que quem se vê no papel de agradecer sou eu.
Por tudo.
Até pela emoção que me toca em ser eu pela primeira vez. Ser eu é muito bom. Eu não achava isso antes. Queria sempre competir com as outras, fazer tudo do mesmo jeito que elas e comparar o meu tempo com o delas. Eu fui eu sem sê-lo e agora que estou me permitindo a graça dessas descobertas já não me importo mais se me julgarem por detalhes tão irrelevantes, assumir o posto da minha vida tem lá o seu preço.
Sinto muito por não saber abraçar com palavras. Nunca fui amada antes, não sei como é; só sei que o que sinto é difícil de explicar. Como começou, por que, quando exatamente.
Mas não me interessa delimitar datas muito exatas para nada. A revolução ainda transcorre. Todo dia, para ser mais exata. É um processo longo e árduo. Deus me coloca no colo quando sinto muito medo.
Talvez eu devesse sentir medo de amar você. E às vezes eu sinto. Você parece que veio de um sonho e desembarcou na minha vida logo quando eu tinha desencanado de vez.
Para os outros eu continuo desencanada. Para muitos, faço questão de continuar sendo, você vai entender o porquê quando os olhos úmidos falarem mais alto que as palavras e os medos que me amarraram.
Sinto muito por tantas coisas...
Sinto muito de verdade pelas lágrimas que você derrama quando ninguém vê (e eu não posso enxugar), pela dor que você sente ali caladinha no peito e não deixa ninguém perceber, pelas pessoas queridas que partiram e te deixaram em frangalhos, por aquelas que não souberam te enxergar, pelos sonhos que porventura você deixou de lado para viver a realidade e não podendo ser um anjo para te proteger de todo o mal, para te fazer esquecer as coisas ruins que você já viu, peço toda noite para que Deus cuide de você com mais esmero do que já o faz, para que Ele cuide como eu gostaria, porque eu ainda não posso.
Se no dom da vida você cruzar com o meu sorriso por aí e a ele retribuir, estará diante de um espelho que refletirá toda luz que emana da sua alma.
Marisol Luz (Mary)
Enviado por Marisol Luz (Mary) em 22/01/2018
Reeditado em 10/07/2018
Código do texto: T6232675
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