Politicamente Correto?

Pessimismo a parte, vivemos a infeliz era das futilidades, eivada de imenso teor de superficialidade, hipocrisia nada discreta e o câncer do "politicamente correto". Eu tenho nojo de tanta mediocridade, de tanta falta de personalidade. Eu repudio, abomino e desprezo toda e qualquer atitude que furte o caráter singular de cada um, a liberdade de ser, optar e agir de cada um, inclusive de se valer de velhos conceitos, ou será que somos obrigados a entrar na fila dos endereçados ao fracasso, apenas para satisfazer um perfil de "cabeça aberta", onde o relativismo subtrai a essência da individualidade, o viés único que tipifica a personalidade. Porque será que obrigatoriamente temos que romper com o passado? Será mesmo que não nos deixaram qualquer tipo de legado positivo? Ao pensarmos assim estamos condenando nossas origens, dentre elas nossa ascendência; rompendo com nossa identidade, com nossas raízes. Observe pois você, o próprio Criador nos fez racional, ou seja, dotado da capacidade de inferir, refletir e escolher; logo, distinto dos demais animais, observe que, ainda que nos confiou o raciocínio, Ele nos oportunizou o livre arbítrio, se a própria plenitude da capacidade da sabedoria nos liberta das amarras da ignorância e limitação, porque será que temos que trilhar o caminho dos ditadores da pós-modernidade? Voltemos pois ao início do texto e te convido a uma reflexão: Se num mundo de incertezas e descontinuidades, particularmente penso ser mais confiável optar por referenciar meus pensamentos e condutas pelas bases de um criador que me respeita enquanto criação, do que sucumbir a deriva num mar de devaneios de razão, de ditadores de coisa alguma, meros balbuciadores de meias verdades, que pregam a liberdade, só que adestrando seus pupilos em correntes de ignorância. (Marc Raider, 2017)