SOLIDÃO URBANA

Muitas vezes me pego refletindo sobre como morar numa metropole pode fazer nosso humor e nossos "sentimentos" se comportarem como um pendulo velho, oscilando de um lado para o outro, momento em uma extremidade correspondendo ao ápice de coisas "positivas", momento do lado oposto, é impressionante como pela manhã o aroma de café, a paisagem da selva cinzenta que é esta metropole, um cumprimento de bom dia verdadeiro aqui e ali, podem fazer um certo bem se você souber contempla-las em dose correta.Ao final daquele mesmo dia as pessoas se despedem de nós e temos o desejo de sequer ter que dar um bom dia na manhã seguinte, o café agora vespertino tem um aroma de decadência, e seu sabor tão amargo quanto a rotina que acabamos por seguir.

Chega a ser hilária, para não ser trágica, a ideia de que estando rodeados de tantas pessoas, tantos lugares, tantas facilidades, acabamos nos sentindo sózinhos, vazios e imcompletos, e quando estamos de fato isolados da presença de outrem, ficamos completos, na presença apenas de nossa verdadeira natureza e essência...

...a solidão...