Lábios
Acariciei os lábios, os beijei, mordi e saboreei, na esperança de pertencer apenas a ele, sentir nele como dona e propriedade ao mesmo tempo. Mas teus lábios não cabiam o que no meu vinha em conjunto, teus lábios se comportavam desconexo aos meus.
Eu esqueci de ti tão fácil quanto te conheci, não eram teus os lábios que são meus. Um dia eu vi, os lábios que sorriam quando eu sorria, calavam quando eu queria, contavam doces contos de fada e até perversas histórias que me feriam, esses lábios eram meus, me pertenciam, via no espelho o que queria, refletiam tudo o que eu sentia.
Foi quando eu percebi q já tinha, o que eu pertencia, também me tinha. Achei dono em mim, e sempre podia procurar a carícia, o beijo, a mordida e o sabor em outros, podia até chamar de lar, mas nada iria me maltratar, porque os meus lábios me pertenciam.