Tortura erótica.
Num papo informal.
Tomando umas e outras.
Falei que era poeta.
O cara torceu o nariz e me perguntou se na infância eu fui lobinho.
Aprendiz de escoteiro.
Falei que não.
Me perguntou se eu era preparador físico.
Disse que também não.
Novamente outra pergunta.
Se eu estava apaixonada por mim mesmo.
Falei que sim pois todos os poetas assim somos.
Não prestou.
O cara mandou segurar uma garrafa de cerveja e perguntou se estava sentindo o cheiro da cevada.
Falei que sim.
Agora disse ele pensa nessa cerveja e sinta o aroma dela em pensamentos.
Pensar bem que pensei, agora sentir o aroma não consegui.
Ai ele desandou.
Tenho nada não em você ser poeta, agora não me venha a chorar o amor falso que no seu peito bater.
sabe por que.
Quando nasci e o médico me agarrou pelos pés para dar aquela clássica palmada em minha bunda.
Deu me vontade de mandar ele a merda.
Mas como era de família educada, aguente calado sem chorar.
A danada da tortura erótica.
JC