Conviver com "ela"...
Ter a depressão como companheira
É acordar todos os dias
Convencendo a si mesmo que não tem motivos para ser triste.
Ainda que tudo que a mente suspira é: "nossa lá vem mais um dia."
É caminhar sem entender o porquê de tudo isso,
É não entender porque o que alegra o mundo não chega nem perto de alegrar você, e ainda não aceitar esse sentimento.
É amar coisas incomuns e ser rechaçado por isso, até por si mesmo.
É ter medo de ser sozinho e ao mesmo tempo querer passar a maior parte do tempo assim.
É viver o paradoxo eterno de querer o que se quer e, tendo, odiá-lo.
É amar as pessoas e não entender porque elas te amam.
É querê-las perto, mas tratá-las tão mal para que se afastem de você, por se achar indigno.
Conviver com a depressão
É como lutar sem armas contra o maior inimigo do mundo: você mesmo!
É como se a felicidade fosse um tesouro valioso demais do qual não se é digno.
É sorrir do sem sentido. É sentir o não vivido.
É contemplar a vida e nada fazer sentido. É um vazio.
É assim como se a dor fosse tão grande que o melhor era não ter existido.
É sentir o peito pequeno demais para tanto vazio.
É ter medo de tudo, do nada.
É como ter tudo, mas preferir sempre o nada.
jJá disse, conviver com depressão,
É ser incompreendido, até por si mesmo.
É chorar pelo “não sei o que”...
É o sorrir para sair na foto, um riso que não chega aos olhos.
É querer tanto e não ter forças para nada.
É viver num sonho inimaginável, inatingível, triste...
É ouvir até de si mesmo: não há motivos para isso...
E não há mesmo, mas onde fica o botão?
Mas um dia eu ouvi: “Amor é um decisão...”
Como eu faço se faltam forças até para decidir?
Está tudo assim: nublado, estranho, sem sentido, vazio...
Vou decidir de boca, quem sabe amanhã consiga agir
Amor é uma decisão, decido amar a mim...
Até amanhã...
Escrito em 12/01/2018