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AH, NÃO PERCAMOS DE VISTA!
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Ah, não percamos de vista...
toda essa religião
- em vão -
ao vangloriar o espírito,
ao podar os ramos,
de demasiada igualdade
e a autoridade que se alimenta de rebanhos....
Ah!
Ah, não percamos de vista!
Toda essa tirania e dogmas absurdos,
hummm... tão cansativo esse mundo!
Ah, não percamos de vista
toda essa boa-fé,
agora sim! Agora vai!
Ou será preciso ter merecido sê-lo?
Ah, não percamos de vista toda essa coroa cívica
sobre nossas cabeças
- como fizemos com os nossos reis -,
de nascença ou de riqueza
enquanto nos empaturramos de migalhas
e toda essa veneração que nos mantêm cativos
aos pés de quem servimos,
- afastai-o deles, o véu da mortalidade -
Ah, devoção! Opositora maior da liberdade!
Ah, não percamos de vista
os antolhos concedidos,
reedifiquemos nossos deuses
sobre o pedestal de nossa cegueira.
Cessemos de ter coragem,
uma festa anual e
celebrar-se-á o inferno nosso de cada dia.