Estrada da vida.

O desejo era trabalhar. Tomou banho, vestiu a roupa que achava adequada para ir em busca do seu objetivo.

O tênis estava com cardaço desamarrado, a calça jeans não era nova, a camisa de botão estava alinhada, penteou o cabelo, escovou os dentes, e passou aquele batom básico para causar uma boa impressão.

Caminhou pela rua, o dia estava muito quente, nas mãos estavam os envelopes com os currículos, o sorriso estampado no rosto e a vontade de trabalhar a motivava a seguir o dia intenso de muito calor.

A primeira entrega de currículo, " pode deixar aqui", " boa sorte". Ela observou para ver se o currículo realmente seria pelo menos engavetado.

Depois seguiu sua caminhada, " pode deixar comigo", " boa sorte", mesmo processo " será que este vai para o gerente, ou para o lixo?". Assim seguiu por um longo caminhar, até que chegou em determinado local e as funcionárias deram aquela olhada debaixo para cima, aquele olhar de desprezo, como se entregar currículo significasse "estou roubando", " estou invadindo a empresa", " ela vai tirar o meu trabalho". A ideia não era esta, em momento algum o desejo de trabalhar, se recolocar no mercado significaria tirar alguém do seu cargo. A ideia simplesmente era poder voar, ter o dinheiro para pagar o aluguel, poder investir nos estudos, comer aquela comidinha diferenciada, pelo menos uma vez no mês, comer umas besteiras de vez em quando e poder passear com os amigos e visitar a família. Sentada, pensativa e no meio de várias reflexões, ela olha para aquela bela paisagem que está do lado de fora de sua sacada, com um céu meio azul e laranjado e conclui, que o mundo é uma diversidade de pessoas, de caráteres, que alguns irão te levantar no próximo dia de sua imensa jornada, e que alguns também irão te dar aquele leve empurrão para te derrubar, o importante é cair hoje, e ser forte para levantar com o próximo tombo, ou leve empurrão.

Bia Mortari
Enviado por Bia Mortari em 09/01/2018
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