Esboço da alma humana

Quisera eu, ter a coragem para fazer as coisas que tanto anseio.

Mas, não as tenho. Estou presa a convenções sociais.

Não sinto-me com tal capacidade...

Sujeito infeliz é o que sou...

Imoral por conta dos meus pensamentos, não pelos atos das imoralidades que habitam em mim, mas pelo fato de não concretizar as minhas buscas primitivas, de ter algo que tanto preciso e quero ter.

Sou incapaz de deixar-me sentir, ter e possuir meu objeto de desejo.

Ele, é tudo que almejo,

Minhas noites de insônia são frutos das lembranças que tenho, dele.

Mas, estou presa, não posso tê-lo, estou escravizada por minhas responsabilidades, por algo que construí e julguei ser o mais importante e o mais correto a se fazer.

Aprisionei-me em minha total infelicidade.

Em minhas ambições sociais, em tudo que considerei ser mais prioritário.

Caí no materialismo, no profundo vazio de mim mesma...

Adentrei pelo mundo real e descobri que o ter não satisfaz a alma humana, apenas a deixa vulnerável ao verdadeiro sentido de perder a sua própria liberdade.

Não há como voltar atrás e deparar-me com meus erros,

Não há como infligir à lei do tempo e do espaço.

Perdi-me em minha busca infindável pelo poder e acabei esvaziando-me das infinitas possibilidades que poderia ter ao teu lado. Ver-te crescer, ser participante de cada conquista, de cada tristeza, de cada sorriso, de cada olhar gratificante que receberia; se não tivesse te deixado ir.

O hoje, nunca me dará o que foi ontem, pois a ganância humana apossou-se de mim, deixando-me cega, e por isso, fui ao encontro do desconhecido, pensando que estava no caminho certo. Atentei-me as minhas ambições, achando que o resto, eu poderia dominar ao ter o poder em minhas mãos.

Ledo engano...

Pensava que era livre, até o momento que o reencontrei. Quando mirei em teus olhos novamente, deixei de existir, e hoje, acabo preenchendo os espaços vazios, numa mítica ilusão de que, sou feliz.