A bolha de Ana

Ana vivia presa em uma bolha que a mesma havia criado. Onde suas expectativas eram altas. Onde tinha um mundo colorido á sua volta. Onde tudo e todas as coisas conviviam em perfeita harmonia. Não existiam brigas, nem nenhuma espécie de sentimento ruim no seu mundo. Imagine então, quando Ana precisou estourar essa bolha, e colocar os pés em terra firme. Imagine sua tamanha decepção. Agora Ana vive em um mundo onde as coisas muitas vezes são cinzas, onde pessoas se estressam tão facilmente quando deveriam demonstrar compaixão. Onde não conversam tão facilmente. Onde se importam com coisas materiais que brilham e reluzem, mas que a morte não recolhe quando vem buscar suas medíocres almas. Ana se sente depremida, pois lembra de sua bolha, todas as noites, enquanto olha para um céu, que infelizmente, apresenta pouquíssimas estrelas, e espera que uma estrela cadente passe, para que ela possa fantasiar a realização de seu maior desejo. Mesmo triste Ana tenta encontrar a felicidade em meio ao caos. Ela aproveita o tempo livre lendo algum livro de ficção científica que a transporte para outro lugar. Escuta músicas que tragam algum sentimento ao seu coração, um tanto vazio agora. Olha pro céu e suas variadas formas e tenta adivinhar quais desenhos são aqueles que as nuvens formam.

Assim, Ana vai sobrevivendo em um mundo que sonhadores são considerados loucos e que pessoas felizes são raras. Ana só espera que sua bolha venha lhe buscar logo.