ÚLTIMO...

Vi um pedido de beijo a despedir

E notei como bocas diziam adeus

Mãos na nuca, segurando o partir

E corpos com forças de semideus

Tanta mordida em lábios sedentos

Que descia do queixo ao pescoço

Deixando marcas, saliva e esboço

E olhares fechando-se sonolentos

Um corpo em arrepios já latejava

E uma boca insaciável não parava

De pedir o último beijo de outrora

E só quando ofegante disse: vai...

E as línguas evolvidas: nunca mais

Enfim soube o gosto de ir embora